Em tempo de obrigações e muito trabalhinho partilho algo em que reflecti por obrigação.
Reflexão Crítica - Unidade Curricular:Pessoa com Deficiência - CLE
A sexualidade é de si um assunto delicado na sociedade actual. Vive-se na intimidade mais secreta, fala-se baixinho, comenta-se apenas com a pessoa mais próxima. Agimos no fingimento de que não existe, mesmo tendo cada pessoa algo a dizer e experienciar neste campo. Cada um a vive para si e de forma diferente e quando confrontados com a visão de outrem, as opiniões divergem e muitas vezes interrompe-se a discussão… porque é um tabu.
Transportando a temática para a tão adversa condição de deficiente, o tabu ganha ainda mais força e convicção, passando a assunto não falado. Essa é uma temática fantasma e poucas pessoas reflectem nela, sendo portanto pouco abordada na sociedade em que vivemos. Uma vez que todos sabemos da sua existência, a consciencialização de que a sexualidade na deficiência é algo a ser acompanhado é de muita relevância. Ao ignorarmos a presença desta na vida de um deficiente contribuímos para a sua repressão, para possíveis estados depressivos que levam a comportamentos que o prejudicam a si e consequentemente a sua vivência com o seu agregado familiar. Acho portanto, que é necessário que se incorporem acções terapêuticas voltadas para a reabilitação sexual destas pessoas tendo em vista ajudá-las a superar suas dificuldades. Neste tipo de acções terão de ser tidos em conta factores característicos de cada um deles como: meio sócio-cultural, religião, relações afectivas presentes, desenvolvimento intelectual, motor, sensorial, cognitivo, idade real… Cada caso deve ser acompanhado após se conhecer as individualidades de cada um, principalmente as que estiverem relacionadas com as suas limitações. Assim procuraremos caminhos que possibilitem o exercício da sua sexualidade o mais plenamente possível, com a obtenção do prazer físico e psíquico, factores contribuintes para sua reintegração social saudável.
Outro aspecto que toma relevância é o facto de a sexualidade na deficiência continuar a ter esse significado, o de sexualidade, e não outra definição qualquer por se processar entre deficientes; dá-se sim, noutros contornos, contornos estes que não devem ser negligenciados pela comunidade, mas sim postos em discussão para que assim se melhore cada vez mais a qualidade de vida de um deficiente na sua individualidade como ser humano.
um beijo*
menina do sorriso
domingo, dezembro 21, 2008
sábado, dezembro 13, 2008
???
Irritada!
Completamente sem vontade de nada que não passe por voltar à minha vidinha ser ter as palmadinhas por trás. Mortinha por sair de manhã e voltar quando der! Farta das vozes que se multiplicam em ecos aos meus ouvidos a dizer o que quero, o que não quero, o que preciso, o que não preciso, o que gosto e o que não gosto de ouvir, e que me fazem querer cada vez mais ultrapassar as quatro paredes que me rodeiam há quatro semanas e meia. Movida por este rol de não sei o quê (serão sensações?) escrevo este post. Listening: "Disturbia", a adquada ao momento.
sem nada para dar!
menina do sorriso*
Completamente sem vontade de nada que não passe por voltar à minha vidinha ser ter as palmadinhas por trás. Mortinha por sair de manhã e voltar quando der! Farta das vozes que se multiplicam em ecos aos meus ouvidos a dizer o que quero, o que não quero, o que preciso, o que não preciso, o que gosto e o que não gosto de ouvir, e que me fazem querer cada vez mais ultrapassar as quatro paredes que me rodeiam há quatro semanas e meia. Movida por este rol de não sei o quê (serão sensações?) escrevo este post. Listening: "Disturbia", a adquada ao momento.
sem nada para dar!
menina do sorriso*
terça-feira, novembro 25, 2008
Deus escreve direito
Deus escreve direito por linhas tortas
E a vida não vive em linha recta
Em cada célula do homem estão incritas
A cor dos olhos e a argúcia do olhar
O desenho dos ossos e o contorno da boca
Por isso te olhas ao espelho:
E no espelho te buscas para te reconhecer
Porém em cada célula desde o início
Foi inscrito o signo veemente da tua liberdade
Pois foste criado e tens de ser real
Por isso não percas nunca o teu fervor mais austero
Tua exigência de ti e por entre
Espelhos deformantes e desastres e desvios
Nem um momento só podes perder
A linha musical do encantamento
Que é o sol tua luz teu alinhamento
- Sophia de Mello Breyner Andreson -
...por recomendação, por acolhimento do teu conselho.
um beijo*
menina do sorriso
E a vida não vive em linha recta
Em cada célula do homem estão incritas
A cor dos olhos e a argúcia do olhar
O desenho dos ossos e o contorno da boca
Por isso te olhas ao espelho:
E no espelho te buscas para te reconhecer
Porém em cada célula desde o início
Foi inscrito o signo veemente da tua liberdade
Pois foste criado e tens de ser real
Por isso não percas nunca o teu fervor mais austero
Tua exigência de ti e por entre
Espelhos deformantes e desastres e desvios
Nem um momento só podes perder
A linha musical do encantamento
Que é o sol tua luz teu alinhamento
- Sophia de Mello Breyner Andreson -
...por recomendação, por acolhimento do teu conselho.
um beijo*
menina do sorriso
terça-feira, novembro 18, 2008
voltas estranhas
Todos os dias nas últimas semanas são "daqueles dias" como alguém diz. É verdade, trocaram-me as voltas. Cada dia, o seu balanço final é determinado por pequenas coisas que fazem dele um bom ou mau dia. Uma companhia, uma chamada a mais, uma refeição melhorada, uma notícia melhor, a descoberta do limite de faltas ultrapassado, a tristeza súbita pela mudança de sistema, agravada pelo que menos esperava, fazendo com que possivelmente atrase um semestre e perca aquilo a que chamam o ambiente académico, tão aclamado no 1ºano. Com o mundo a rolar ao nosso lado, do lado da janela onde não podemos estar, tudo passa devagar. Nem o melhor hobbie pode atenuar o tédio sentido por um mês passado em casa - música: só pelas colunas.
Sem mais dramatismos sorrio pelos meus e pelo que é feito por mim e para mim durante este meu estádio. A todos (que são tantos...): obrigado!
a vida tem destas voltas estranhas
um beijo*
menina do sorriso
sábado, setembro 27, 2008
peixe : avião
"pela cortina que a luz fura numa dança
agita o pano, e ao abanar solta melodias;
mimos de flor e algodão sobre a pele fria
fluindo em laivos azuis na sombra diluída.
dedo que estala feliz faz uma fogueira,
tece uma festa de lã, desfeita numa cinza;
num canto ovelhas de cor saltam pelo quarto;
desfiam sonhos de luz – e acordo da magia."
"Barbiturica Luz" by Peixe : Avião
www.myspace.com/peixeaviao
um beijo*
menina do sorriso
agita o pano, e ao abanar solta melodias;
mimos de flor e algodão sobre a pele fria
fluindo em laivos azuis na sombra diluída.
dedo que estala feliz faz uma fogueira,
tece uma festa de lã, desfeita numa cinza;
num canto ovelhas de cor saltam pelo quarto;
desfiam sonhos de luz – e acordo da magia."
"Barbiturica Luz" by Peixe : Avião
www.myspace.com/peixeaviao
um beijo*
menina do sorriso
quinta-feira, setembro 18, 2008
Fado em Si Bemol
Uma banda que conheci ontem à noite, num ambiente muito íntimo, na gravação do dvd ao vivo no Tertúlia Castelense. Um obrigado ao meu colega e vocalista Pedro Matos pelo convite!
Fica a partilha, a recomendação, e um vídeo de um cover, que a meu ver está espectacular.
More Info: www.myspace.com/fadoemsibemol
um beijo*
menina do sorriso
sábado, setembro 13, 2008
12 ou 13-09-2008
quarta-feira, setembro 10, 2008
parada
Prestes a mudar um pouco o meu quotidiano, a lutar por outros objectivos, noutro sistema, resolvo, ao fim de algum tempo sem escrever e depois de umas férias na companhia dos meus, retomar a minha actividade...
Confesso que pensei em mudar de blog, fazer como muitos que conheço, começar outro por se tratar doutra fase, por neste estar descrito o meu secudário e tudo mais... mas agradou-me a perspectiva de o meu blog mostrar desenvolvimento, crescimento, evolução. Decidi ignorar a infantilidade, inocência, inexperiência (ou outra coisa qualquer) de alguns posts numa fase inicial deste blog e vê-los como algo importante para dar um sentido de continuidade a esta "tarefa".
E o que dizer numa altura destas, tão... incerta, em que esperamos ansiosamente por resultados que definem a vida nos próximos 4/5 anos, quando noutros anos estávamos já com um horário na mão, ainda que sujeito a alterações, a começar já a fazer as primeiras incrições nos "ginásios", "institutos","conservatórios" and so on, definindo já a rotina semanal do próximo ano?
Gosto do friozinho que sinto de curiosidade em relação a algo que definitivamente não conheço, mas começo a querer organizar-me, a querer o stress que me mantém durante todos os dias em estado "on". Será normal?
Se tudo o que faço para além da actividade de estudante não dependesse da minha entrada, do meu horário, eu já andava "no activo" em grande.
...waiting
um beijo*
menina do sorriso
terça-feira, agosto 05, 2008
Os nossos 10 dias
E como é descrever 10 dias sem supervisão, de pura descontracção, diversão, convívio com o subtil e oportuno humor polaco, grandes refeições, em cidades como Varsóvia, Cracóvia, Bartkova, Zakopane, Nowy Sacz, Krynica? Eu diria, que pretendendo ser totalmente fiel, é complicado...
Comecemos pelo dia da ida, pelas milhentas recomendações paternais que nos parecem escusadas mas que fundo têm a sua utilidade. Após o primeiro check-in separavam-me a mim e ao meu irmão para nos revistarem; tentei a todo o custo explicar que estávamos juntos mas acho que nem me ouviram, reencontramo-nos na zona de embarque e lá estava o meu telemóvel a tocar: "Mónica, é o papá. Não deixes que te façam isso em Frankfurt nem em algum momento da viagem. Insiste, diz que o João é menor, que tens os documentos dele e que não aceitam separar-se. Faz com que isto não volte a acontecer. Pronto. Já encontraram a porta?". Percebi a preocupação do meu pai quando cheguei ao aeroporto de Frankfurt... Tínhamos de ser unha e carne! Dois putos, menores, com uma só autorização escrita para lá estar, com cinco horas de espera para o voo que nos levaria a Varsóvia. À chegada esperava-nos uma pequena refeição antes de ir dormir...
Era o início da melhor viagem que fiz até hoje! Por tudo. Pelo roteiro, pela companhia (Mirek, Beata, Ola, Yash, Adash, Joanna e marido,Kuba, Kamil, Agnesca, Maria e marido, e o meu João), pelo ambiente, pela hospitalidade...
Acordo de manhã, desço do quarto e já um pequeno-almoço bem diferente do que estou habituada estava em cima da mesa a chamar por mim. Saladas (temperadas com maionese e pimenta), salsichas, ovos, bolos, pão, 4 variedades de fiambre, queijo fresco, muito chá compunham a primeira refeição de cada dia (vim eu a descobrir durante a minha estadia)... Passava-se um dia por pela capital. Visitam-se os pontos turíticos, a parte velha da cidade, alguns museus, o parlamento, os melhores parques e jardins, a avenida principal e aprecia-se a vida agitada dum dia normal da semana...
[Zona antiga de Varsóvia. Uma das poucas que não foi destruída pelos bombardeamentos da 2ª guerra mundial]
De volta a casa é-nos dito para fazer uma mala pequenina para 4 dias em Cracóvia. Levar-nos-iam as restantes malas para Bartkova, o destino seguinte a Cracóvia. 3 horas no comboio. Um comboio parecido com o do Harry Potter, onde há cabines bastante confortáveis e harmoniosas que levam 6 pessoas. O S. Pedro não estava do nosso amigo e portanto fomos recebidos com chuva em 3 dos 4 dia passados lá. Após a primeira noite, olhei pela janela de manhã e pensei:"Bem... passeio hoje nem pensar. Que rica tempestade... era só o que faltava!" Percebi uma hora depois que para o povo polaco tudo se resolve com um simples casaco impermeável. Lá estávamos nós, a andar e visitar Cracóvia e os seus encantos como se nada fosse, debaixo de um chuvada ininterrupta desde as 6.30h(a.m., claro!). Era aqui que o amor do Kuba e do Kamil pela sua cidade vinha ao de cima... Cada lenda, cada história, cada curiosidade, de cada igreja, catedral, túmulo, santuário, rua, praça nos era contada com um brilho nos olhos que não deixava esconder aquele orgulho na sua cidade natal. Neste dia comi o melhor (e maior também!)Kebab de sempre! Como seria de esperar, chegávamos encharcados até aos ossos a casa. Três dias em visita cultural e um dia passado no melhor parque aquático em que alguma vez estive na parte da manhã, e em casa a ver filmes caseiros do tempo em que o Kubitus e Kamilco andavam na creche na parte da tarde! No fim de cada dia íamos sair. Um dia ao bilhar, outro à parte judaica da cidade, a pubs de multi coisas para divertir como bowling, snooker, máquinas, pista de dança (foi aqui que fiquei a saber que o povo polaco dança salsa como eu nunca vi! Ou não tivesse sido eu alvo dum escapezinho para a pista!). Em cada saída nocturna eu dava conta do romantismo de Cracóvia à noite: aquelas esplanadas no centro da praça, com cadeiras e mesas de madeira, delimitadas por canteiros de flores e aquela música de rua feita por grupos que pedem apenas uma moeda em troca daquele ambiente lindo que criam...
[Numa das saídas nocturnas em Cracóvia]
[Umas das muitas esplanadas do centro de Cracóvia]
Rumo a Bartkova.
Aqui íamos passar as últimas noites dormidas em território polaco. Foi-nos mostrado o quarto onde íamos ficar e apercebi-me que tinha varanda com vista para o rio, para a outra margem. Um paisagem verdejante com algumas (poucas) casas lá 'pousadas' com o tecto muito inclinado (preparado para o anual inverno rigoroso) chegando em alguns casos ao chão, era o meu cenário matinal nos próximos dias. Estava tudo planeado ao minuto e tínhamos imenso para ver e visitar ainda! Chegámos sexta à noite. Os quatro dias seguintes foram passados um em Nowy Sacz, outro em Bartkova, outro em Krynica e o último nas imponetes e colossais montanhas de Zakopane (que são polacas e eslovacas ao memo tempo. Só para que conste.).
Nowy Sancz é uma vila pequena, pacata, querida. Tem também a gelataria com os melhores gelados tradicionais que alguma vez comi! No domingo fomos à missa... era numa igreja bonita de madeira. Quando chegámos parecia dia de festa ou de algum santo, tal era o número de pessoas dentro e fora da igreja. Senti-me bem. Dezenas (ou centenas?) de pessoas em silêncio a ouvir o orador, a responder rezando quando solicitado, a ajoelharem-se para comungar. Senti que tinham a mesma devoção que eu ao mesmo deus que eu, com a mesma intensidade que eu. Uma comunidade inteira, incluindo crianças, ali, dedicando uma hora da sua semana com todo o prazer. Nesse dia ficámos pela zona e demos um passeio de barco pelo lago... lindo, diga-se!
[O lago em Bartkova onde demos o passeio de barco]
Um geladinho aqui, outro acolá, e chegava mais um dos sempre fantásticos jantares em Bartkova. Primeiro cozinha-se qualquer coisa, e a seguir sentamo-nos todos nuns bancos propositadamente dispostos à volta duma fogueira a grelhar salsichas e afins, cantando, convivendo, falando, trocando culturas. Tudo num jardim repleto de frutos (mirtilos incluídos), plantas coloridas, árvores grandes, e em frente ao rio! Conseguem imaginar? Chega a sobremesa... um bolo feito em camadas sendo por exemplo uma delas feita de frutos apanhados 3 horas antes. Tudo fresco. A gulodice fala mais alto que o cuidado com a linha e pronto, lá se vão três ou quatro fatias!
[Os jantares prolongados pela noite dentro no jardim da casa dos nossos amigos em Bartkova]
[Uma fatia de um dos bolos deste género feitos durante a nossa estadia]
Um dia em Krynica(de manhã) e numa zona de montanha (à tarde), visitando umas termas onde as águas que se dizem medicinais cheiram incrivelmente mal, comendo sopa de ovos e salsicha dentro duma tigela que é feita em pão, e apanhando, muito pacientemente, mirtilos silvestres para levar para casa para mais um bolo dos deuses.
[A sopa servida no pão]
Chegava o último dia em visita. Dia 29 de Julho de 2008, terça-feira. Era em Zakopane. Teríamos de nos levantar à 4.00h para lá chegar cedo, caso contrário haveria muita gente. Chegámos lá às 6.00h. Começámos a escalar às 7.00h e parámos às 18.10h. Não me esquecerei nunca deste dia. 20 kms a escalar montanhas com mais de 2000m de altitude. Subimos e descemos cumes pelo nosso pé. Quando falo em 'escalar', é mesmo isso, porque não havia caminhos, só pedras, calhaus e penhascos. Todo o percurso a ouvir o correr do rio no fundo do vale, a respirar ar puro, completamente envoltos numa imensidão de natureza... Como lá foi dito: "Uma sensação de liberdade, de um mundo aos teus pés!". Chegámos ao fim do dia sujos, de mãos arranhas, suados, doridos e com fome, porque meio pão com fimbre foi o que comi durante o dia. A caminho do carro para voltar a casa e preparar tudo para regressar a Portugal, olhei para trás uma última vez e vi o quão íngremes, imponentes, altas e colossais eram as montanhas. Pensei:"Foi mesmo ali, naqueles cumes, que eu estive??". E tinha sido.
[A imponência de cada vale]
[A caminho da escalada]
[Uma pequena paragem]
[Junto ao marco que separa a Eslováquia da Polónia]
[O descanso merecido depois de chegar a um dos cumes]
No dia seguinte voltávamos. À entada do aeroporto Frederic Chopin, em Varsóvia, dávamos as últimas gargalhadas naquele país antes de irmos. Estava um homem estendido no chão mesmo em frente à porta de abertura automática do aeroporto. Fomos em socorro, e o Mirek perguntou em polaco se estava tudo bem. Percebemos que o senhor não entendeu e inquirimos de novo mas desta vez em inglês. O senhor era britânico.
- "Are you ok?"
- "oh... yes..."
(uns momentos em silêncio... e aprecebemo-nos dum cheiro carcterístico)
- "Sorry... are you drunk?"
- "No."
- "So, what´s going on?"
- "I´m.... Happy!That´s all."
Ia voar para Londres às 17.30h. Já eram 17.03h.
O regresso foi pacífico e bastante agradável. Travámos conhecimento com um alemão e dois portugueses, bem amáveis por sinal. Chegámos com uma hora e meia de atraso porque as condições climatéricas em Frankfurt não eram as melhores e por isso não davam autorização para descolar.
Uma viagem com o meu irmão, de 21 a 30 de Julho de 2008 que não vou esquecer nunca.
Porquê este relato? Porque fica o registo, a recomendação viva dum país que pouca gente conhece ou ouviu falar a não ser do nome.
Aos polacos e à sua gente.
um beijo*
menina do sorriso
Comecemos pelo dia da ida, pelas milhentas recomendações paternais que nos parecem escusadas mas que fundo têm a sua utilidade. Após o primeiro check-in separavam-me a mim e ao meu irmão para nos revistarem; tentei a todo o custo explicar que estávamos juntos mas acho que nem me ouviram, reencontramo-nos na zona de embarque e lá estava o meu telemóvel a tocar: "Mónica, é o papá. Não deixes que te façam isso em Frankfurt nem em algum momento da viagem. Insiste, diz que o João é menor, que tens os documentos dele e que não aceitam separar-se. Faz com que isto não volte a acontecer. Pronto. Já encontraram a porta?". Percebi a preocupação do meu pai quando cheguei ao aeroporto de Frankfurt... Tínhamos de ser unha e carne! Dois putos, menores, com uma só autorização escrita para lá estar, com cinco horas de espera para o voo que nos levaria a Varsóvia. À chegada esperava-nos uma pequena refeição antes de ir dormir...
Era o início da melhor viagem que fiz até hoje! Por tudo. Pelo roteiro, pela companhia (Mirek, Beata, Ola, Yash, Adash, Joanna e marido,Kuba, Kamil, Agnesca, Maria e marido, e o meu João), pelo ambiente, pela hospitalidade...
Acordo de manhã, desço do quarto e já um pequeno-almoço bem diferente do que estou habituada estava em cima da mesa a chamar por mim. Saladas (temperadas com maionese e pimenta), salsichas, ovos, bolos, pão, 4 variedades de fiambre, queijo fresco, muito chá compunham a primeira refeição de cada dia (vim eu a descobrir durante a minha estadia)... Passava-se um dia por pela capital. Visitam-se os pontos turíticos, a parte velha da cidade, alguns museus, o parlamento, os melhores parques e jardins, a avenida principal e aprecia-se a vida agitada dum dia normal da semana...
[Zona antiga de Varsóvia. Uma das poucas que não foi destruída pelos bombardeamentos da 2ª guerra mundial]
De volta a casa é-nos dito para fazer uma mala pequenina para 4 dias em Cracóvia. Levar-nos-iam as restantes malas para Bartkova, o destino seguinte a Cracóvia. 3 horas no comboio. Um comboio parecido com o do Harry Potter, onde há cabines bastante confortáveis e harmoniosas que levam 6 pessoas. O S. Pedro não estava do nosso amigo e portanto fomos recebidos com chuva em 3 dos 4 dia passados lá. Após a primeira noite, olhei pela janela de manhã e pensei:"Bem... passeio hoje nem pensar. Que rica tempestade... era só o que faltava!" Percebi uma hora depois que para o povo polaco tudo se resolve com um simples casaco impermeável. Lá estávamos nós, a andar e visitar Cracóvia e os seus encantos como se nada fosse, debaixo de um chuvada ininterrupta desde as 6.30h(a.m., claro!). Era aqui que o amor do Kuba e do Kamil pela sua cidade vinha ao de cima... Cada lenda, cada história, cada curiosidade, de cada igreja, catedral, túmulo, santuário, rua, praça nos era contada com um brilho nos olhos que não deixava esconder aquele orgulho na sua cidade natal. Neste dia comi o melhor (e maior também!)Kebab de sempre! Como seria de esperar, chegávamos encharcados até aos ossos a casa. Três dias em visita cultural e um dia passado no melhor parque aquático em que alguma vez estive na parte da manhã, e em casa a ver filmes caseiros do tempo em que o Kubitus e Kamilco andavam na creche na parte da tarde! No fim de cada dia íamos sair. Um dia ao bilhar, outro à parte judaica da cidade, a pubs de multi coisas para divertir como bowling, snooker, máquinas, pista de dança (foi aqui que fiquei a saber que o povo polaco dança salsa como eu nunca vi! Ou não tivesse sido eu alvo dum escapezinho para a pista!). Em cada saída nocturna eu dava conta do romantismo de Cracóvia à noite: aquelas esplanadas no centro da praça, com cadeiras e mesas de madeira, delimitadas por canteiros de flores e aquela música de rua feita por grupos que pedem apenas uma moeda em troca daquele ambiente lindo que criam...
[Numa das saídas nocturnas em Cracóvia]
[Umas das muitas esplanadas do centro de Cracóvia]
Rumo a Bartkova.
Aqui íamos passar as últimas noites dormidas em território polaco. Foi-nos mostrado o quarto onde íamos ficar e apercebi-me que tinha varanda com vista para o rio, para a outra margem. Um paisagem verdejante com algumas (poucas) casas lá 'pousadas' com o tecto muito inclinado (preparado para o anual inverno rigoroso) chegando em alguns casos ao chão, era o meu cenário matinal nos próximos dias. Estava tudo planeado ao minuto e tínhamos imenso para ver e visitar ainda! Chegámos sexta à noite. Os quatro dias seguintes foram passados um em Nowy Sacz, outro em Bartkova, outro em Krynica e o último nas imponetes e colossais montanhas de Zakopane (que são polacas e eslovacas ao memo tempo. Só para que conste.).
Nowy Sancz é uma vila pequena, pacata, querida. Tem também a gelataria com os melhores gelados tradicionais que alguma vez comi! No domingo fomos à missa... era numa igreja bonita de madeira. Quando chegámos parecia dia de festa ou de algum santo, tal era o número de pessoas dentro e fora da igreja. Senti-me bem. Dezenas (ou centenas?) de pessoas em silêncio a ouvir o orador, a responder rezando quando solicitado, a ajoelharem-se para comungar. Senti que tinham a mesma devoção que eu ao mesmo deus que eu, com a mesma intensidade que eu. Uma comunidade inteira, incluindo crianças, ali, dedicando uma hora da sua semana com todo o prazer. Nesse dia ficámos pela zona e demos um passeio de barco pelo lago... lindo, diga-se!
[O lago em Bartkova onde demos o passeio de barco]
Um geladinho aqui, outro acolá, e chegava mais um dos sempre fantásticos jantares em Bartkova. Primeiro cozinha-se qualquer coisa, e a seguir sentamo-nos todos nuns bancos propositadamente dispostos à volta duma fogueira a grelhar salsichas e afins, cantando, convivendo, falando, trocando culturas. Tudo num jardim repleto de frutos (mirtilos incluídos), plantas coloridas, árvores grandes, e em frente ao rio! Conseguem imaginar? Chega a sobremesa... um bolo feito em camadas sendo por exemplo uma delas feita de frutos apanhados 3 horas antes. Tudo fresco. A gulodice fala mais alto que o cuidado com a linha e pronto, lá se vão três ou quatro fatias!
[Os jantares prolongados pela noite dentro no jardim da casa dos nossos amigos em Bartkova]
[Uma fatia de um dos bolos deste género feitos durante a nossa estadia]
Um dia em Krynica(de manhã) e numa zona de montanha (à tarde), visitando umas termas onde as águas que se dizem medicinais cheiram incrivelmente mal, comendo sopa de ovos e salsicha dentro duma tigela que é feita em pão, e apanhando, muito pacientemente, mirtilos silvestres para levar para casa para mais um bolo dos deuses.
[A sopa servida no pão]
Chegava o último dia em visita. Dia 29 de Julho de 2008, terça-feira. Era em Zakopane. Teríamos de nos levantar à 4.00h para lá chegar cedo, caso contrário haveria muita gente. Chegámos lá às 6.00h. Começámos a escalar às 7.00h e parámos às 18.10h. Não me esquecerei nunca deste dia. 20 kms a escalar montanhas com mais de 2000m de altitude. Subimos e descemos cumes pelo nosso pé. Quando falo em 'escalar', é mesmo isso, porque não havia caminhos, só pedras, calhaus e penhascos. Todo o percurso a ouvir o correr do rio no fundo do vale, a respirar ar puro, completamente envoltos numa imensidão de natureza... Como lá foi dito: "Uma sensação de liberdade, de um mundo aos teus pés!". Chegámos ao fim do dia sujos, de mãos arranhas, suados, doridos e com fome, porque meio pão com fimbre foi o que comi durante o dia. A caminho do carro para voltar a casa e preparar tudo para regressar a Portugal, olhei para trás uma última vez e vi o quão íngremes, imponentes, altas e colossais eram as montanhas. Pensei:"Foi mesmo ali, naqueles cumes, que eu estive??". E tinha sido.
[A imponência de cada vale]
[A caminho da escalada]
[Uma pequena paragem]
[Junto ao marco que separa a Eslováquia da Polónia]
[O descanso merecido depois de chegar a um dos cumes]
No dia seguinte voltávamos. À entada do aeroporto Frederic Chopin, em Varsóvia, dávamos as últimas gargalhadas naquele país antes de irmos. Estava um homem estendido no chão mesmo em frente à porta de abertura automática do aeroporto. Fomos em socorro, e o Mirek perguntou em polaco se estava tudo bem. Percebemos que o senhor não entendeu e inquirimos de novo mas desta vez em inglês. O senhor era britânico.
- "Are you ok?"
- "oh... yes..."
(uns momentos em silêncio... e aprecebemo-nos dum cheiro carcterístico)
- "Sorry... are you drunk?"
- "No."
- "So, what´s going on?"
- "I´m.... Happy!That´s all."
Ia voar para Londres às 17.30h. Já eram 17.03h.
O regresso foi pacífico e bastante agradável. Travámos conhecimento com um alemão e dois portugueses, bem amáveis por sinal. Chegámos com uma hora e meia de atraso porque as condições climatéricas em Frankfurt não eram as melhores e por isso não davam autorização para descolar.
Uma viagem com o meu irmão, de 21 a 30 de Julho de 2008 que não vou esquecer nunca.
Porquê este relato? Porque fica o registo, a recomendação viva dum país que pouca gente conhece ou ouviu falar a não ser do nome.
Aos polacos e à sua gente.
um beijo*
menina do sorriso
segunda-feira, julho 21, 2008
10 dias longe
quarta-feira, junho 25, 2008
hopeless
Bem sei que se torna repetitivo este constante postar de letras ou músicas, mas que fazer quando é isto mesmo que mexe comigo a todo o momento, a todo o minuto e segundo, em qualquer lugar ou circunstância? De qualquer forma, independentemente disso, tenho a certeza que a música diz tanto como algum texto, e que através dela as pessoas percebem exactamente o que pretendo transmitir. E isso... é insubstituível.
"Hopeless", a música da cantora que tenho vindo a conhecer melhor nos últimos tempos, KT Tunstall, entrou-me logo acompanhada deste videoclip em versão acústica que ilustra tão bem eu e os meus. Eu e muito do que quero na vida: os amigos numa roda, envoltos naquela cumplicidade, aquela que mais ninguém sabe ou conhece... a felicidade plena em estar bem comigo, com os meus e com o mundo.
Poder chegar ao fim e dizer... "great...!"
um beijo*
menina do sorriso
ps. Atentem no pormenor dos jogos de sinos do nosso amigo João. Até isso eles se lembraram de incluir. Tão...nós! Não acham?
sábado, junho 21, 2008
Kings of Convenience
O que me adormece e me faz querer ir mais cedo para a cama. O que acompanha o meu estudo numa tarde chuvosa. A música mais presente nos útimos tempos mortinhos por férias...
A uma das maçãs do meu cesto.
um beijo*
menina do sorriso
quarta-feira, junho 04, 2008
O dia do Nó
Eu gostei.
Comovi-me com aquele abraço de mãe e filho no "abraço da paz" da cerimónia de casamento deste último... aquele passar leve de mãos no cabelo encaracolado e branquinho da mamã, enquanto as lágrimas corriam no rosto dos dois (e no meu pela emoção). O pai ao lado, de ar enternecido, a ver o filho "partir" e uma cerimónia bonita a decorrer...
"Era quase meio-dia
'A noiva está a chegar'
O padre com bonomia
Faz sinal à galeria
A função vai começar
O povo pôs-se em sentido
Nós à frente lado a lado
Estava tudo bem vestido
Ela de branco e comprido
Eu com um fato riscado
O sermão chegou ao fim
Alianças com o nome
Quando gastou o latim
Dissemos os dois que sim
Já estava tudo com fome
Nos retratos com fogacho
À saída da Igreja
Os chegados mais em baixo
Os outros ficam em cacho
Isto tudo salvo-seja
Está na hora do cortejo
Também tem os seus preceitos
As mulheres mandam um beijo
Os homens lembram desejo
Todos atiram confeitos
Com ervas que nem eu sei
Os comeres são temperados
Parece a mesa de um rei
E antes que o vinho almareie
Canta-se aos recém-casados"
"O dia do Nó" - Rio Grande
Aos tios Duda e Sozita.
um beijo*
menina do sorriso
quarta-feira, maio 21, 2008
Do lado do silêncio
"Gosto de espreitar o teu sono de criança, à noite, quando dormes alheio a tudo, e eu fico a ouvir a tua respiração e a alisar os teus cabelos. Às vezes, chego a pensar que é um desperdício ir dormir, em lugar de ficar a ver-te dormir, porque o tempo voa e em breve já não serás criança. Nestas noites, como diz a lei, tenho-te à minha «guarda», o que é um prazer insubstituível e a que alguns chamam direitos e outros chamam deveres.
Gosto de acordar de manhã, quando, ainda antes do despertador tocar, oiço o som do Canal Panda na sala, e fico a saber que tu já acordaste e que segues à risca o ritual estabelecido, e que a seguir irás fazer o teu pequeno-almoço e vestires-te para a escola. Mas, apesar disso, gosto de te recomendar que faças tudo isso e não te esqueças de lavar os dentes, sabendo que não te esqueces mas também gostas de ouvir-me dizer-to, porque essa é uma forma de saberes que te «guardo».
Saímos de casa deixando para trás o desalinho do teu quarto, a desarrumação vivida das tuas coisas, esse sinais indestimáveis da tua presença, sem os quais a casa não faz sentido e o silêncio pesa como dor escondida. És sempre tu quem carrega no botão do elevador, quem acende as luzes da garagem, numa atenção emergente para a rotina das coisas, que é a forma como vais entrando na manhã. E segues num silêncio atento no banco de trás do carro, que interrompes às vezes com alguma pergunta que ocorre de repente. Vais chegando para a frente, uma mão pousada nas costas do meu banco, como se quisesses prolongar os últimos instantes de proximidade física. Infelizmente, é tão curto o trajecto, que chego a desejar uma camioneta a descarregar na rua que nos atrase uns minutos antes que a manhã nos separe. E embora eu saiba que não há carros à vista quando atravassas a rua para a porta da escola, vou contigo de mão dada, para que sintas ou para que eu finja para comigo mesmo que continuo a guartar-te até que a porta nos separe e outros fiquem comigo.
Porque há sempre uma porta que se fecha e que nos separa, ao contrário da de casa, onde a porta do teu quarto e a do meu estão sempre abertas. Há sempre esta porta que se fecha sobre ti, outros que te falam e te escutam, enquanto eu caminho na tua ausência e na lembrança da tua voz, outros que sabem de ti o que eu ignoro, outros que por vezes se cansam de ti enquanto eu só te espero, outros que te vêem e te tocam enquanto eu olho as tuas fotografias espalhadas pela minha vida. Tão perto e tão longe de ti. Tão fundo e tão ausente. Tantas esperanças, tantos projectos, tantos planos. Tantos enganos. Tantos anos, tantos danos.
Fecho os olhos e sonho. Tu caminhas comigo, de mão dada, num campo onde não há mais ninguém, e procuramos musgo e pinhas. Há uma gruta num pequeno bosque de que eu finjo não conseguir nunca encontrar a entrada sem ti. É o nosso segredo e lá estamos protegidos do mundo e dos seus males e perigos. Entro por aí contigo. Adormeço e para sempre viverei contigo nesta gruta. E és tu então que me proteges.
(A todos os pais que não se demitiram de o ser e que gostariam de acordar todas as manhãs com os seus filhos e vê-los adormecer todas as noites e não podem. A todos os machos-homem, vagueando por casa vazias sem ninguém a quem guardar, sem ninguém a que proteger, sem função útil, nestes tempos em que não há tempo a perder. E escrito em mais um Dia Internacional da Mulher, com o seu coro de lamentações e homenagens à mulher e «à sua tripla função de mãe-trabalhadora-dono-de-casa», face à cada vez mais evidente inutilidade social dos homens)"
in "Não te deixarei morrer, David Crockett" de Miguel Sousa Tavares
Uma leitura matinal inesperada, suscitada pela preguiça de estudar matemática que me deu um novo ânimo para enfrentar este dia.
[tocada...]
um beijo*
menina do sorriso
Gosto de acordar de manhã, quando, ainda antes do despertador tocar, oiço o som do Canal Panda na sala, e fico a saber que tu já acordaste e que segues à risca o ritual estabelecido, e que a seguir irás fazer o teu pequeno-almoço e vestires-te para a escola. Mas, apesar disso, gosto de te recomendar que faças tudo isso e não te esqueças de lavar os dentes, sabendo que não te esqueces mas também gostas de ouvir-me dizer-to, porque essa é uma forma de saberes que te «guardo».
Saímos de casa deixando para trás o desalinho do teu quarto, a desarrumação vivida das tuas coisas, esse sinais indestimáveis da tua presença, sem os quais a casa não faz sentido e o silêncio pesa como dor escondida. És sempre tu quem carrega no botão do elevador, quem acende as luzes da garagem, numa atenção emergente para a rotina das coisas, que é a forma como vais entrando na manhã. E segues num silêncio atento no banco de trás do carro, que interrompes às vezes com alguma pergunta que ocorre de repente. Vais chegando para a frente, uma mão pousada nas costas do meu banco, como se quisesses prolongar os últimos instantes de proximidade física. Infelizmente, é tão curto o trajecto, que chego a desejar uma camioneta a descarregar na rua que nos atrase uns minutos antes que a manhã nos separe. E embora eu saiba que não há carros à vista quando atravassas a rua para a porta da escola, vou contigo de mão dada, para que sintas ou para que eu finja para comigo mesmo que continuo a guartar-te até que a porta nos separe e outros fiquem comigo.
Porque há sempre uma porta que se fecha e que nos separa, ao contrário da de casa, onde a porta do teu quarto e a do meu estão sempre abertas. Há sempre esta porta que se fecha sobre ti, outros que te falam e te escutam, enquanto eu caminho na tua ausência e na lembrança da tua voz, outros que sabem de ti o que eu ignoro, outros que por vezes se cansam de ti enquanto eu só te espero, outros que te vêem e te tocam enquanto eu olho as tuas fotografias espalhadas pela minha vida. Tão perto e tão longe de ti. Tão fundo e tão ausente. Tantas esperanças, tantos projectos, tantos planos. Tantos enganos. Tantos anos, tantos danos.
Fecho os olhos e sonho. Tu caminhas comigo, de mão dada, num campo onde não há mais ninguém, e procuramos musgo e pinhas. Há uma gruta num pequeno bosque de que eu finjo não conseguir nunca encontrar a entrada sem ti. É o nosso segredo e lá estamos protegidos do mundo e dos seus males e perigos. Entro por aí contigo. Adormeço e para sempre viverei contigo nesta gruta. E és tu então que me proteges.
(A todos os pais que não se demitiram de o ser e que gostariam de acordar todas as manhãs com os seus filhos e vê-los adormecer todas as noites e não podem. A todos os machos-homem, vagueando por casa vazias sem ninguém a quem guardar, sem ninguém a que proteger, sem função útil, nestes tempos em que não há tempo a perder. E escrito em mais um Dia Internacional da Mulher, com o seu coro de lamentações e homenagens à mulher e «à sua tripla função de mãe-trabalhadora-dono-de-casa», face à cada vez mais evidente inutilidade social dos homens)"
in "Não te deixarei morrer, David Crockett" de Miguel Sousa Tavares
Uma leitura matinal inesperada, suscitada pela preguiça de estudar matemática que me deu um novo ânimo para enfrentar este dia.
[tocada...]
um beijo*
menina do sorriso
sábado, maio 17, 2008
'hold on' - KT Tunstall
Uma partilha...
Adoro esta música! Imagino-me na casinha do Alentejo a ouvi-la... por entre a algazarra habitual! Como diria uma grande amiga: "Sinto que o mundo foi feito para mim!"
uma beijo*
menina do sorriso
quarta-feira, maio 14, 2008
segunda-feira, maio 12, 2008
imagens que marcam
Há momentos no dia em que nos apetece guardar a imagem que estamos a ver naquele momento. Criar um pequeno álbum de fotografias mentais para revermos mais tarde...
Aquele "cenário requiem" com chamas das velas em cima dos ramos ao longo da igreja, seis focos com luz negra direccionados para o tecto, e apenas as lâmpadas que iluminam cada estante... Os 300 em palco e aquele silêncio momentâneo antes do brilhante "Lux aeterna luceat eis, Domine, cum sanctis tuis in aeternum, quia pius es" (iniciado pelas sopranos seguido pelos restantes naipes) do número V do "pequeno requiem" compuseram a tal imagem que não quero de todo esquecer. O conhecido Requiem cujo solo feminino do "pie jesu" deve ser cantado por alguém que conheça o amor, fez o meu fim-de-semana algo melhor que todos os outros.
Fecho o os olhos e tento reviver.
Ao Fauré.
um beijo*
menina do sorriso
ps. Não deixem de ouvir este número V (e já agora o número VII) do Requiem de Fauré.
ps2. Um agradecimento especial à minha colega do lado esquerdo no concerto que me fez aquele sinalzinho de concordância quanto à inquestionável beleza desta obra.
Aquele "cenário requiem" com chamas das velas em cima dos ramos ao longo da igreja, seis focos com luz negra direccionados para o tecto, e apenas as lâmpadas que iluminam cada estante... Os 300 em palco e aquele silêncio momentâneo antes do brilhante "Lux aeterna luceat eis, Domine, cum sanctis tuis in aeternum, quia pius es" (iniciado pelas sopranos seguido pelos restantes naipes) do número V do "pequeno requiem" compuseram a tal imagem que não quero de todo esquecer. O conhecido Requiem cujo solo feminino do "pie jesu" deve ser cantado por alguém que conheça o amor, fez o meu fim-de-semana algo melhor que todos os outros.
Fecho o os olhos e tento reviver.
Ao Fauré.
um beijo*
menina do sorriso
ps. Não deixem de ouvir este número V (e já agora o número VII) do Requiem de Fauré.
ps2. Um agradecimento especial à minha colega do lado esquerdo no concerto que me fez aquele sinalzinho de concordância quanto à inquestionável beleza desta obra.
sábado, abril 26, 2008
nº 100
"Que dia tão importante
O dia da Revolução
Ficará para sempre gravado
Na História da Nação
Nesse dia o golpe abriu
As portas da claridade
E a nossa gente invadiu
As ruas da própria cidade
No dia 25 de Abril
Todo o português cantou:
Viva a liberdade!
A Ditadura acabou!
Uma figura importante
Foi Salgueiro Maia, o capitão
Um homem impressionante
Que muito ajudou à operação
Um grito se repetiu
Tantas vezes foi ouvido
Dizia que o povo unido
Jamais seria vencido.
E a força bem empregue
Contra a posição contrária
Não oprime nem persegue
É força revolucionária!"
O dia da Revolução
Ficará para sempre gravado
Na História da Nação
Nesse dia o golpe abriu
As portas da claridade
E a nossa gente invadiu
As ruas da própria cidade
No dia 25 de Abril
Todo o português cantou:
Viva a liberdade!
A Ditadura acabou!
Uma figura importante
Foi Salgueiro Maia, o capitão
Um homem impressionante
Que muito ajudou à operação
Um grito se repetiu
Tantas vezes foi ouvido
Dizia que o povo unido
Jamais seria vencido.
E a força bem empregue
Contra a posição contrária
Não oprime nem persegue
É força revolucionária!"
"O dia em que todos sonharam" - João Assunção
um beijo*
menina do sorriso
quinta-feira, abril 17, 2008
quinta-feira, abril 10, 2008
so me..
"Deep peace of the running wave to you
Deep peace of the flowing air to you
Deep peace of the quiet earth to you
Deep peace of the shining stars to you
Deep peace of the gentle night to you
Moon and stars pour their healing light on you
Deep peace of Christ, of Christ
The light of the world to you
Deep peace of Christ to you."
Deep peace of the flowing air to you
Deep peace of the quiet earth to you
Deep peace of the shining stars to you
Deep peace of the gentle night to you
Moon and stars pour their healing light on you
Deep peace of Christ, of Christ
The light of the world to you
Deep peace of Christ to you."
"Gaelic Blessing" - John Rutter
Do bom que já ouvi a capella...
Arrepio-me.
um beijo*
menina do sorriso
domingo, abril 06, 2008
...
'A indiferença é a essência da desumanidade.'
- Bernard Shaw -
E é mesmo.
Já agora, vale a pena pensar nisto.
-----------------------------------------------
um beijo*
menina do sorriso
terça-feira, abril 01, 2008
Lloret, para quê?
...a caminho de Portimão.
Um passeio estrondoso por praias que nem julgava existentes em Portugal, uma caminhada pela areia fina e clara, um presente com milhares de anos de erosão, e um concerto e noite memoráveis. StabatMater de Dvořák seguido de grandes surpresas pela noite algarvia. Aprendi com o Pedro, de volta ao quartinho, que são raros grupos assim... e são. São mesmo. Há momentos que não se explicam, vivem-se, e os que compuseram aquela maravilhosa noite pertencem a esse grupo. Uma visitinha da ambulância, normalização da situação, um atrasinho e estavamos de abalada...
Um saltinho em Vila Real, outro em Viseu, e rumo a Foz Côa 5 dias para o surpreendente RYLA-Rotary Young Leadership Awards. Foi aqui que notei a minha realidade em total contraste com outra completamente distinta e me vi envolta em natureza e traquilidade 24h por dia... caminhadas pedestres, monte acima monte abaixo, cantorias... tudo a que uma boa semana de férias tem direito!
Chegava o meu dia... e (mais uma vez!) lá estavam eles, os de sempre, no meu salão a surpreenderem a minha noite e a fazerem dela mais uma noite especial para o baú das boas recordações. A vocês: obrigado. Obrigado pelo recado das calças puxadas para cima e pelos bonbons diferentes, personalizados.
um beijo*
menina do sorriso
Um passeio estrondoso por praias que nem julgava existentes em Portugal, uma caminhada pela areia fina e clara, um presente com milhares de anos de erosão, e um concerto e noite memoráveis. StabatMater de Dvořák seguido de grandes surpresas pela noite algarvia. Aprendi com o Pedro, de volta ao quartinho, que são raros grupos assim... e são. São mesmo. Há momentos que não se explicam, vivem-se, e os que compuseram aquela maravilhosa noite pertencem a esse grupo. Uma visitinha da ambulância, normalização da situação, um atrasinho e estavamos de abalada...
Um saltinho em Vila Real, outro em Viseu, e rumo a Foz Côa 5 dias para o surpreendente RYLA-Rotary Young Leadership Awards. Foi aqui que notei a minha realidade em total contraste com outra completamente distinta e me vi envolta em natureza e traquilidade 24h por dia... caminhadas pedestres, monte acima monte abaixo, cantorias... tudo a que uma boa semana de férias tem direito!
Chegava o meu dia... e (mais uma vez!) lá estavam eles, os de sempre, no meu salão a surpreenderem a minha noite e a fazerem dela mais uma noite especial para o baú das boas recordações. A vocês: obrigado. Obrigado pelo recado das calças puxadas para cima e pelos bonbons diferentes, personalizados.
um beijo*
menina do sorriso
domingo, março 30, 2008
Meu amor
"Meu amor
Não quero mais palavras rasgadas
Nem o tempo
Cheio de pedaços de nada
Não me dês
Sentidos para chegar ao fim
Meu amor
Só quero ser feliz
Meu amor
Não quero mais razões para apagar
O que nasce
E renasce e nos faz acordar
A loucura faz medo se for medo o teu chão
Mas é ar e é terra
Dentro do coração
É ar e é terra dentro do coração
Meu amor
Não quero mais silêncio escondido
Nem a dor
Do que cai em cada gesto ferido
Quero janelas abertas
E o sol a entrar
Quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar
Eu quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar
E hoje, vê
A estrada é feita para seguir
E hoje, sente
A vida feita de sentir
E hoje vira do avesso o mundo
E vê melhor
Deste lado é mais puro
É teu
É tão maior
Deste lado é mais puro... É meu... É tão maior."
Não quero mais palavras rasgadas
Nem o tempo
Cheio de pedaços de nada
Não me dês
Sentidos para chegar ao fim
Meu amor
Só quero ser feliz
Meu amor
Não quero mais razões para apagar
O que nasce
E renasce e nos faz acordar
A loucura faz medo se for medo o teu chão
Mas é ar e é terra
Dentro do coração
É ar e é terra dentro do coração
Meu amor
Não quero mais silêncio escondido
Nem a dor
Do que cai em cada gesto ferido
Quero janelas abertas
E o sol a entrar
Quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar
Eu quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar
E hoje, vê
A estrada é feita para seguir
E hoje, sente
A vida feita de sentir
E hoje vira do avesso o mundo
E vê melhor
Deste lado é mais puro
É teu
É tão maior
Deste lado é mais puro... É meu... É tão maior."
'Estrada' - Mafalda Veiga
...porque há musícas que dizem tudo.
um beijo*
menina do sorriso
quarta-feira, março 19, 2008
Dia do Papá
"Conheceu-me de noite
Não fiquei sozinho
E com algum açoite
Endireitou-me o caminho
Quando mais crescido
Mandou-me olhar além
Ensinando-me o devido
Respeito pela mãe
Disse-me: olha em em frente
E vê mais acima
Admira eloquente
A providência divina
Deu pareceres sublimes
Quando eu era jovem
Para dar passos firmes
Quando fosse homem
Deu-me lições de vida
De amor, fraternidade
Lançou-me na corrida
Da honra e da verdade
Ainda os seus passos
São o meu exemplo
Aumentando os laços
Do homem que contemplo
Seu franco sorrir
Contagia sem fim
Por isso é bom seguir
Um homem assim
Fossem todos os pais
Assim para os filhos
Não haveria tantos ais
Nem tantos sarilhos
Apesar de já ser
Avançada a idade
Continuo a ter
um pai de verdade.
Obrigado meu velho
Por ainda estares aí
E por seres o espelho
Onde sempre me revi."
Não fiquei sozinho
E com algum açoite
Endireitou-me o caminho
Quando mais crescido
Mandou-me olhar além
Ensinando-me o devido
Respeito pela mãe
Disse-me: olha em em frente
E vê mais acima
Admira eloquente
A providência divina
Deu pareceres sublimes
Quando eu era jovem
Para dar passos firmes
Quando fosse homem
Deu-me lições de vida
De amor, fraternidade
Lançou-me na corrida
Da honra e da verdade
Ainda os seus passos
São o meu exemplo
Aumentando os laços
Do homem que contemplo
Seu franco sorrir
Contagia sem fim
Por isso é bom seguir
Um homem assim
Fossem todos os pais
Assim para os filhos
Não haveria tantos ais
Nem tantos sarilhos
Apesar de já ser
Avançada a idade
Continuo a ter
um pai de verdade.
Obrigado meu velho
Por ainda estares aí
E por seres o espelho
Onde sempre me revi."
Henrique António Carvalho
in Jornal S. Miguel da Maia
Um poema que conheci depois da minha reunião semanal comigo e com o meu superior, que guardo há 364 dias para o publicar hoje, no dia do Papá. Por ser um exemplo real, por demonstrar o que quero sentir daqui a muitos anos, aqui fica...
Ao meu Papá.
um beijo*
menina do sorriso
segunda-feira, março 17, 2008
"Fado da Procura" - Ana Moura
"Mas porque é que a gente não se encontra
No Largo da Bica fui-te procurar
Campo de Cebolas e eu sem te encontrar
Eu fui mesmo até à casa do fado
Mas tu não estavas em nenhum lado
Mas porque é que a gente não se encontra
Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou sem saber o que hei-de fazer
Se seguir em frente ai Madrededeus
Se voltar atrás ai Chiados meus
E o rio diz que tarde infeliz
Mas porque é que a gente não se encontra
Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou farta disto farta de verdade
Vou beber a Bica sentar e pensar
Ver se esta saudade ai fica ou não fica
E talvez sem querer não querem lá ver
Sem te procurar te veja passar
Sem te procurar te veja passar"
Música que me diz muito. Música das minhas escolhas. Das minhas tardes por casa de guitarra na mão envolvida nos meus pensamentos. Música genuína. Bonita.
um beijo*
menina do sorriso
terça-feira, março 11, 2008
Fio das Missangas
"A missanga, todas a vêem.
Ninguém nota o fio que,
em colar vistoso, vai compondo as missangas.
Também assim é a voz do poeta:
um fio de silêncio costurando o tempo."
Ninguém nota o fio que,
em colar vistoso, vai compondo as missangas.
Também assim é a voz do poeta:
um fio de silêncio costurando o tempo."
Mia Couto
um beijo*
menina do sorriso
domingo, março 09, 2008
Dia da Mulher
"Ja n ha choco. so um pkeno q fu trouxe."
Só para recordar a flor escondida do ano passado, a roubada deste ano, o docinho para partilhar que acompanhou e registar que a vida vale por aqueles momentos.
A nós os quatro, à nossa muralhinha invisível que ninguém destrói e que nos mantém assim... os quatro.
Há coisas que não se explicam, vivem-se simplesmente. E ontem foi assim.
um beijo para os três*
menina do sorriso
sábado, março 08, 2008
Foz
"Eu quero a sorte de um cartoon
Nas manhãs da RTP 1
Eras o meu Tom Sawyer
O meu Huckleberry Finn
Quando vais de mascarilha e espadachim
Lá em cima há planetas sem fim
Tu és o meu super-herói
Sem tirar o chapéu de cowboy
Com o teu galeão e uma garrafa de rum
Eu era tua e de mais nenhum
Um por todos e todos por um
Nas manhãs da RTP 1
Eras o meu Tom Sawyer
O meu Huckleberry Finn
Quando vais de mascarilha e espadachim
Lá em cima há planetas sem fim
Tu és o meu super-herói
Sem tirar o chapéu de cowboy
Com o teu galeão e uma garrafa de rum
Eu era tua e de mais nenhum
Um por todos e todos por um
Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
Eu sou a Jane e tu Tarzan
A Julieta do meu Dartagnan
Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto para contar
Ao fantasma debaixo dos meus lençóis
Dos tesouros que escondemos dos espanhóis
A Julieta do meu Dartagnan
Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto para contar
Ao fantasma debaixo dos meus lençóis
Dos tesouros que escondemos dos espanhóis
Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
Quando chegar o final
Já podemos mudar de canal
Nos desenhos animados
É raro chover
E nunca, quase nunca acaba mal
By the power of Grey Skull"
Já podemos mudar de canal
Nos desenhos animados
É raro chover
E nunca, quase nunca acaba mal
By the power of Grey Skull"
"Nos Desenhos Animados" - by Os Azeitonas
A ti.um beijo*
menina do sorriso
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
"corte"
[Cara zangada que, com uma elevação ligeira das sobrancelhas por um polegar, se converte numa inocência bonita]
Corte- "s.m. ,(...); separação, encurtamento, eliminação;
abertura, solução de continuidade; (...)
diminuição, supressão;
baixa; (...)"
Cortar dói. Custa.
Dói "não retribuir o bem que nos fazem".
Dói por dentro. No fundinho intocável.
E quando a ilusão temporária do "tudo bem" existe, sentamo-nos com um amigo que nos chama à razão, ficamos apertadinhos e choramos.
Cortar é assim.
Dói.
um beijo*
menina do sorriso
Corte- "s.m. ,(...); separação, encurtamento, eliminação;
abertura, solução de continuidade; (...)
diminuição, supressão;
baixa; (...)"
Cortar dói. Custa.
Dói "não retribuir o bem que nos fazem".
Dói por dentro. No fundinho intocável.
E quando a ilusão temporária do "tudo bem" existe, sentamo-nos com um amigo que nos chama à razão, ficamos apertadinhos e choramos.
Cortar é assim.
Dói.
um beijo*
menina do sorriso
domingo, fevereiro 17, 2008
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Itália caseira
...mais um serão em grande entre amigos!
A cozinha italiana chegava a minha casa por volta das 17h. Homens na cozinha, nove receitas, e jantar servido às 21.30h! Pão de alho, "nhoquis" (uma especialidade italiana que não faço a mínima ideia no que consiste), pasta à carbonara, pasta com ameijoas e molho picante, canellonnis, pizza, gelado e uma sobremesa cujo nome não me recordo agora mas que consistia em pequenos bolos de massa folhada com avelã triturada envolta em calda de açúcar por cima e por fim um molho de caramelo, café e chocolate branco a acompanhar, fizeram as delícias de todos. Só um elemento é não alinhou e preferiu trazer "jardineira" num recipiente à parte... [sem comentários!]
Grande animação num formato 3 em 1! Os 24 do Hugo, os 19 da Diana e a vontade de estarmos todos juntos nesta época complicada do ano do estudante universitário (a dos exames), foram só um pretexto para esta noite de tertúlia em minha casa. Pais fora, autorização concedida e viva a festa até às 2.30h!
A todos os que ajudaram e estiveram presentes: Obrigado! Foi demais! Até mesmo a parte da arrumação da cozinha que se julgava irrecuperável após a longa estadia dos nossos cozinheiros de serviço se revelou um momento agradável... (exceptuando o stess, claro!)
um beijo*
menina do sorriso
--------------------------
P.S.:
A cozinha italiana chegava a minha casa por volta das 17h. Homens na cozinha, nove receitas, e jantar servido às 21.30h! Pão de alho, "nhoquis" (uma especialidade italiana que não faço a mínima ideia no que consiste), pasta à carbonara, pasta com ameijoas e molho picante, canellonnis, pizza, gelado e uma sobremesa cujo nome não me recordo agora mas que consistia em pequenos bolos de massa folhada com avelã triturada envolta em calda de açúcar por cima e por fim um molho de caramelo, café e chocolate branco a acompanhar, fizeram as delícias de todos. Só um elemento é não alinhou e preferiu trazer "jardineira" num recipiente à parte... [sem comentários!]
Grande animação num formato 3 em 1! Os 24 do Hugo, os 19 da Diana e a vontade de estarmos todos juntos nesta época complicada do ano do estudante universitário (a dos exames), foram só um pretexto para esta noite de tertúlia em minha casa. Pais fora, autorização concedida e viva a festa até às 2.30h!
A todos os que ajudaram e estiveram presentes: Obrigado! Foi demais! Até mesmo a parte da arrumação da cozinha que se julgava irrecuperável após a longa estadia dos nossos cozinheiros de serviço se revelou um momento agradável... (exceptuando o stess, claro!)
um beijo*
menina do sorriso
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P.S.:
- Os copos não se limpam por dentro; ganham pêlo!
- "As mulheres não têm vontade própria!" (frase citada num estado... feliz!)
- Qundo se utiliza uma faca eléctrica para cortar pão, primeiro encosta-se a faca ao pão e só depois a ligas e "efectuas o cortamento"!!
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Metade
" Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que a tristeza
que a mulher que amo seja para sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflicta em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é lembrança do que fui
e a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer
porque metade de mim é plateia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também."
Oswaldo Montenegro
[Antas, 22 de Abril de 2006]
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um beijo*
menina do sorriso
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