segunda-feira, abril 27, 2009
flutuo
A luz dos candeeiros da rua que entra pelos buraquinhos da perciana do meu quarto ilumina ao de leve o refúgio de todos os dias, proporciona o único bocadinho de cada dia onde há lugar para meter as mãos atrás da cabeça pousada sobre a almofada e olhar. Fazer nada. Pensar. Divagar por onde, noutra circunstância qualquer, não nos é possível.
22.07h
Ontem foi assim. Dei-me mais uma vez a este pequeno luxo diário e divaguei. 'Flutuei' cativada pelo 'pensamento' presente, pela sua eloquência, pela sua invulgaridade enigmática, sui generis. Continuei no 'flutuo'.
...e chegava o João Pestana, vencendo-me como só ele.
um beijo* oh tu que cativas
menina do sorriso
terça-feira, abril 07, 2009
dezoito que continuam
Os 18 chegaram mais rápido do que o esperado... os anos passaram e cheguei à idade daqueles que conheci quando tinha 13, cheguei à idade tão querida por todos os que não a têm, e que, por muito que digam o contrário, é um marco especial. Quanto mais não seja pelo "abanão" que levamos de todos os importantes que nos rodeiam a dizerem: "continua" ou "adoro-te assim" ou "és uma força" ou "és luz" ou tão simplesmente "obrigado por exitires com esse sorriso, parabéns".
E a cada momento algo me surpreendia: uma ou outra presença não esperada por mim, uma folha preenchida com uma mensagem ou dedicatória sobre uma das 1001 imagens minhas a sorrir para tudo e para a vida linda que tenho, trazida por cada um que entrava pela porta de minha casa..
E entre abraços fortes, mensagens sussurradas ao ouvido, sorrisos, presenças, apercebi-me (mais uma vez) que sou feliz! Apercebi-me que quem gosta, gosta de verdade; que a inocência ou ingenuidade de que tantas vezes me acusam é simplesmente confundida pela alegria imensa que sinto e extravaso a toda a hora por ter gente à minha volta. E sim, acredito nisso duma forma não efémera.
Quanto ao meu ego (e agora para vocês amigos "do cesto"), ele não aumentou, apenas se manteve. Vaidade? só em ter-vos.
São 18 anos cheios, plenos, orgulhosos.
E graças a vocês, os presentes. Tal como escrito na folha entregue a cada um: obrigado!
Deixo-vos com o vídeo de "A gente vai continuar" by Jorge Palma. Por fazer todo o sentido nestes tempos de crise tão falados ultimamente, como dito tão acertadamente por António José Seguro no programa "Play-list" de 5 de abril da estação de rádio TSF, mas principalmente por transcrever exatamente o que penso e quero para mim e para os meus: que a gente continue, que vocês continuem. Para sempre.
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem á batota
Chega a onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
um beijo*
menina do sorriso
E a cada momento algo me surpreendia: uma ou outra presença não esperada por mim, uma folha preenchida com uma mensagem ou dedicatória sobre uma das 1001 imagens minhas a sorrir para tudo e para a vida linda que tenho, trazida por cada um que entrava pela porta de minha casa..
E entre abraços fortes, mensagens sussurradas ao ouvido, sorrisos, presenças, apercebi-me (mais uma vez) que sou feliz! Apercebi-me que quem gosta, gosta de verdade; que a inocência ou ingenuidade de que tantas vezes me acusam é simplesmente confundida pela alegria imensa que sinto e extravaso a toda a hora por ter gente à minha volta. E sim, acredito nisso duma forma não efémera.
Quanto ao meu ego (e agora para vocês amigos "do cesto"), ele não aumentou, apenas se manteve. Vaidade? só em ter-vos.
São 18 anos cheios, plenos, orgulhosos.
E graças a vocês, os presentes. Tal como escrito na folha entregue a cada um: obrigado!
Deixo-vos com o vídeo de "A gente vai continuar" by Jorge Palma. Por fazer todo o sentido nestes tempos de crise tão falados ultimamente, como dito tão acertadamente por António José Seguro no programa "Play-list" de 5 de abril da estação de rádio TSF, mas principalmente por transcrever exatamente o que penso e quero para mim e para os meus: que a gente continue, que vocês continuem. Para sempre.
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem á batota
Chega a onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
um beijo*
menina do sorriso
sexta-feira, abril 03, 2009
negro (a)
Lembro-me sem querer de uma vulga SMS enviada há umas semanas atrás por alguém que até à data me era estranho, dado o pouco tempo de convivência:
"Pois, mas a tua vida agora mudou"
E tinha mudado.
No entretanto dei por mim dentro de um provador a vestir uma roupa preta diferende do habitual, a sentir-me estranha e simultaneamente triste e contente, ansiosa e nervosa. O branco e amarelo carregadamente manchados de castanho sobrepunham-se mentalmente (e involuntariamente) à roupa que me cobria o corpo e de um lado comecei a ouvir "fica-lhe tão bem", do outro "agora é que vai ser", do outro "e agora? como é que vai ser?". Respostas? nem vê-las...
Ainda estava a digerir a imagem que o espelho me mostrava e já uma capa preta, pesada e comprida me caía nos ombros, posta ainda num contexto vago de sentido, mas repleto de sentimento. E num piscar de olhos já era uma caloira de traje comprado.
Resta esperar.
Os dias passaram, o mundo continuou a girar e nós festejávamos quatro dias depois. Festejávamos orgulhosamente a "merda que somos", mas que por ser Enphermaginae Portvs ganhava outro sentido, valor, dimensão. E de coração agitado, aos saltos, gritos, com lágrimas (às vezes sem conseguiram ser extravasadas), lá estávamos de nariz pregado no tecto, a cantar aquilo que tão recentemente e de rompante nos entrou pela vida a dentro. Era impossível não sentir a vibração que se gerou, o calor humano capaz de unir uma multidão em tão pouco espaço.
Negra? Não, resplandescente. Brilhante! Capaz de me fazer chegar à cama com o corpo a doer e a voz a falhar, não dormir e mesmo assim aparecer no dia seguinte, na sala 428 de sorriso ainda esboçado.
Ave.
menina do sorriso
"Pois, mas a tua vida agora mudou"
E tinha mudado.
No entretanto dei por mim dentro de um provador a vestir uma roupa preta diferende do habitual, a sentir-me estranha e simultaneamente triste e contente, ansiosa e nervosa. O branco e amarelo carregadamente manchados de castanho sobrepunham-se mentalmente (e involuntariamente) à roupa que me cobria o corpo e de um lado comecei a ouvir "fica-lhe tão bem", do outro "agora é que vai ser", do outro "e agora? como é que vai ser?". Respostas? nem vê-las...
Ainda estava a digerir a imagem que o espelho me mostrava e já uma capa preta, pesada e comprida me caía nos ombros, posta ainda num contexto vago de sentido, mas repleto de sentimento. E num piscar de olhos já era uma caloira de traje comprado.
Resta esperar.
Os dias passaram, o mundo continuou a girar e nós festejávamos quatro dias depois. Festejávamos orgulhosamente a "merda que somos", mas que por ser Enphermaginae Portvs ganhava outro sentido, valor, dimensão. E de coração agitado, aos saltos, gritos, com lágrimas (às vezes sem conseguiram ser extravasadas), lá estávamos de nariz pregado no tecto, a cantar aquilo que tão recentemente e de rompante nos entrou pela vida a dentro. Era impossível não sentir a vibração que se gerou, o calor humano capaz de unir uma multidão em tão pouco espaço.
Negra? Não, resplandescente. Brilhante! Capaz de me fazer chegar à cama com o corpo a doer e a voz a falhar, não dormir e mesmo assim aparecer no dia seguinte, na sala 428 de sorriso ainda esboçado.
Ave.
menina do sorriso
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