O coração bate mais rápido.
Treme a barriga e as mãos.
As mãos suam muito.
Os joelhos também desfalecem ligeiramente.
Os dentes cerram uns contra os outros exercendo uma força involuntária que depois causa dor.
A fome desaparece.
O estômago grunhe qualquer coisa.
O corpo inquieta-se.
Actividade cerebral acelerada, devido a tentativas falhadas de não pensar.
Molham-se os olhos também sem nós querermos.
Abraça-se.
E desaba-se tudo o que é mantido até ali, na constante ansiedade parva e incomodativa. Cai tudo em milésimos de segundo mal chega a hora H. Neste caso a hora D, a da despedida. Uma coisa é certa: só Coimbra tem mais encanto na hora da despedida. Eu cá fico num trapo. É uma coisa que nos invade sem querer, onde até um gole de saliva custa a passar e uma vez passado parece que percorre a espinha de alto a baixo. Ai, que custa tanto… demais, diria até.
Ultrapassada a hora, vem a saudade. Essa maldita que nos consome a toda a hora, que nos corrói até ao limite da nossa resistência ao sono, que no silêncio escuro do quarto nos sufoca até às lágrimas que humedecem a fronha da almofada na calada da noite até sermos vencidos pelo cansaço e pelo desconforto gradualmente acentuado até ali. Sim, parece uma mariquice, mas vem de dentro garanto, daquele fundinho intocável que um dia eu falei. É mesmo daí. Vem quando nos falta o que todos os dias temos e por isso não reflectimos na altura no bem que nos fazem. É uma necessidade desenfreada da sua presença física, imbuída num pensamento egoísta e egocêntrico de querer só para nós o que julgamos pertencer-nos.
Dói-me a saudade.
É que dói mesmo. E não há pomadas nem pensos. Parece que é crónico.
um beijo*
menina do sorriso
Ps. Deixo-vos o que apara.
"Talvez se chame saudade" - Mafalda Arnauth
Este doce recordar
Que amargamente me invade
Talvez que não tenha nome
Talvez se chame saudade.
Vem da guitarra ao meu peito
E cantando vai seu pranto
Talvez se chame saudade
O que chora no meu canto.
Embora na alma doa
Talvez se chame saudade
O que em nós de longe ecoa
Doutros tempos doutra idade.
Talvez se chame saudade
A voz que a guitarra ecoa
Pungente suavidade
Que faz vibrar mas magoa.
A guitarra e a saudade
Têm a mesma raíz
São da beirinha do mar
Da alma do meu país.
terça-feira, agosto 25, 2009
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2 comentários:
Vou já passar para o mp3 com a promessa de a ouvir com frequencia.
o resto compreendo e subscrevo...
Adoro.vos aos 2.
Nunca se percam.
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