segunda-feira, outubro 22, 2007

O avô

Sempre que ia a Viseu, terra dos meus avós paternos, cumprimentava todos com uma alegria contagiante e muito sonora, pois lembro-me de a minha bisavó dizer: "Tem umas goelas esta miúda!". Talvez lhe incomodasse a algazarra, mas mimava-me até não poder mais.
[De salientar que à data não havia mais netos.
Hoje detenho o título de primeira mas não o de única, para alegria minha]
Deixava o meu avô para o fim. Demorava-me no colo dele cobrindo-lhe de beijos uma careca escorregadia e brilhante que ele gostava de esconder. Todos notavam a minha predilecção por aquela careca e todos conheciam a estima que ele tinha no cabelo, outrora vasto e bonito, que lhe conferira um charme que todavia mantinha.
Repletos de amor, carinho, ternura, estes, e muitos outros momentos que não cabem neste texto...
Também não cabe aqui, nem caberá noutro qualquer relato, a tristeza que sinto quando, involuntariamente, recordo que aquela criatura linda que era O avô faleceu num brutal acidente a caminho da festa do meu quinto anivesário.

um beijo*
menina do sorriso

2 comentários:

Inês disse...

Texto bonito (:

Os avôs e as avós são as melhores pessoas do mundo .

Anónimo disse...

eu gostava de ter conhecido o meu avo mas nao